Reflexão sobre as aula de português

Foram 30 e tal semanas em que marcámos encontro, às 4ªas feiras, das 14,30 às 16horas, sob o frio prolongado de um inverno rebelde ou de um calor abafado, numa sala apertada para tanto querer.
Primeiro, veio a Antónia, o Américo , a Ana, a Lurdes, o Zé, a Adelaide. Depois, apareceu, receosa, a Júlia. Logo a seguir , a Teresa, e depois, desafiadora , a Cristina. Finalmente, a assertiva Marta, a querer tantas verdades quantas as incertezas que todos os dias somamos àquilo de que as nossas vidas são feitas.
Turma heterogénea ? – Q.b.
Interessada ? Muito
Interessante ? –Muitíssimo
Falámos, criticámos, reflectimos sobre o acordo ortográfico (por vezes, com que energia !); Não receámos o ridículo (de que Pessoa falava) e escrevemos , nós mesmos , as nossas cartas de amor;
Demos asas ao timbre, espaço à argúcia e vimo-nos, numa primeira leitura, quase a representar uma peça de teatro (que encenador não teria orgulho de tão bons aprendizes !);
Construímos um blog que alimentasse este entusiasmo.
Depois, perscrutámos Pessoa, vimo-nos ao espelho das nossas idiossincrasias com Cardoso Pires, em Saramago reconhecemos o cáustico, o humanista, a intemporalidade do ser vertical .
Eis um balanço , não sei se o balanço que me pediram . Mas foi, seguramente, objectivo, não demagógico, nem lamecha.
O que nos uniu ?
A batalha , semanal, que travámos com o tempo, a tentar esticá-lo.
Obrigada pelos momentos de entusiasmo que me proporcionaram.
 
Joana Santos
Junho/2010