História Universal – 1º Ano

Depois de três anos a recordar e analisar os momentos mais marcantes da História de Portugal e, tendo em conta que a turma ao nível do que poderemos chamar o seu «núcleo duro» se mantivera estável ao longo desses anos e se propunha continuar essencialmente com base no mesmo grupo de alunos, propusemos, no final do ano passado, alargar os nossos horizontes viajando ao longo de mais de dois milhões de anos de História da Humanidade, o que foi prontamente aceite.
E, assim, numa agradável tarde de Setembro, lá partimos nós à procura das nossas origens. Se os acontecimentos dos nossos dias nem sempre são fáceis de entender no seu pleno significado, à medida que nos afastamos no tempo vai-se adensando uma espécie de neblina que não nos deixa ver com clareza e dificulta ainda mais a compreensão. Então, quando saltamos da História para a Pré-História e ficamos sem fontes escritas, o entendimento ainda é mais complicado.
Graças aos enormes avanços da ciência (da Arqueologia sobretudo, mas também de muitas outras desde as mais conhecidas como a Biologia ou a Química, até à Palinologia que estuda os pólenes) fomos tão longe quanto nos permitia o conhecimento disponível e procurámos imaginar a luta pela sobrevivência dos primeiros grupos humanos no continente africano e acompanhar a sua diáspora pelos outros continentes.
Antes de voltar a pisar os terrenos da História detivemo-nos um para de aulas no território da Península Ibérica que é riquíssimo em vestígios pré-históricos dando especial atenção às primeiras manifestações artísticas de que há notícia: a arte móvel e a arte parietal dos nossos antepassados de há mais de 40.000 anos e de que podemos ainda hoje encontrar exemplos bem conservados.
Numa segunda etapa fomos até às primeiras grandes civilizações: os Sumérios e Acádios com a invenção da escrita e da roda, as suas técnicas agrícolas, os seus deuses e as suas cidades; os Babilónicos e o esplendor da sua civilização, o luxo dos seus governantes; os Assírios e as artes da guerra bem como as estruturas colossais da sua arquitectura; os Persas e a organização política e administrativa do seu império bem como a qualidade da sua produção cultural.
Seguiu-se uma demorada visita ao Egipto Antigo. Civilização que é «um dom do Nilo» como desde logo deduziu o historiador grego Heródoto, onde ao longo dos séculos se foram entrelaçando a História e as lendas, os factos e os mitos, a religião e a política, permanecendo ainda hoje um vasto mundo a explorar. Falámos, como é óbvio, das Pirâmides, a única das sete maravilhas do mundo antigo que ainda se encontra de pé, mas também dos templos de Luxor e Karnak, das esfinges e, naturalmente dos faraós desde o admirável governante que foi Ramsés III ao visionário Akhenaton; desde o jovem quase lendário Tutankhamon à enigmática Cleópatra. Ainda sem sair do Egipto procurámos ainda espreitar a quase esquecida Núbia e os seus faraós negros.
Finalmente, até porque nos tínhamos já cruzado com eles várias vezes, procurámos organizar um pouco os nossos conhecimentos sobre um povo que a Bíblia tornou famoso na antiguidade e hoje permanece famoso nem sempre pelos melhores motivos: os Israelitas. Procurando distinguir a História entre tradições, lendas e religião, tentámos aprofundar e esclarecer alguns dos momentos mais marcantes da génese e da vida deste povo.
E, já um pouco cansados desta longa viagem no tempo, ficámos por aqui. A aventura continua no próximo ano.
 
António Silva